Caro Capitalismo...

Para elaborar cartas ao Capitalismo, misturou-se, depois das aulas sobre Renascimento, Reforma Protestante e Mercantilismo, vídeos e poesia: O bicho, de Manuel Bandeira; Mãos dadas, de Carlos Drummond de Andrade; Home - o mundo é a nossa casa, de Yan Arthus- Bertrand; História das Coisas, de Annie Leonard.

O BICHO, de Manuel Bandeira.

Vi ontem um bicho 
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.


MÃOS DADAS, de Carlos Drummond de Andrade.

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.


Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.


O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.


História das Coisas - Parte I

História das Coisas - Parte II

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