A África, o baobá e a escravidão


O baobá. Uma das maiores e mais antigas árvores do mundo. Símbolo de Madagascar e com poucas espécies espalhadas pelo mundo. Ela pode viver até 6000 anos. De poucas folhas e tronco muito largo, é capaz de reservar até 120 mil litros de água em seu interior. Fica desfolhada por nove meses e dar flor apenas uma vez ao ano - de péssimo cheiro. O seu fruto, mukua, é rico em vitamina C, potássio e cálcio e suas folhas têm propriedades medicinais. A casca serve para fazer instrumentos de corda e tecido.


Para religiosos, o baobá liga o mundo sobrenatural ao mundo material. Pode até servir como templo em alguns rituais. Os Griots, por exemplo, gosta(va)m de contar histórias, preservar canções e tomar decisões nas suas proximidades. Chegavam até a embalsamar e sepultar seus melhores dentro dela para conservar a sua memória; a sua existência. É a árvore do Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry. Um baobá brasileiro serviu de inspiração...



Conta a tradição que, antes de serem embarcados, os prisioneiros vendidos aos negreiros como escravos eram obrigados a dar voltas em torno de um baobá, a "Árvore do Esquecimento", para perder a memória de seus vínculos de família, língua ou costumes e seu pertencimento a um lugar e uma cultura, garantindo que não recaísse sobre seus algozes a culpa por seus sofrimentos.


Os desenhos de baobás são tão diversos
como as etnias do continente africano...




... porque a África não é um país
e os africanos não são todos iguais!


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