Depois de escrever uma carta para os Yanomami, conversar com Luana Robles sobre sua experiência com a educação indígena e entrar em contato com a carta-resposta, alguns alunos do Oitavo Ano aproveitaram o embalo da discussão-poema e elaboraram algumas surpreendentes linhas sobre toda o trabalho realizado; Parabéns a todos!
Esses Yanomami são lá do Norte
e a gente aqui só anda de transporte.
Eles fazem muitas coisas, são inteligentes
e é isso que eles mostrara para a gente.
Os Yanomami são uma grande tribo
e essa cidade não é justa comigo,
mas isso não é verdade, mas também faz parte
da nossa lealdade e sociedade.
Sem título, Arthur Leite.
Há uma civilização
longe da cidade
no meio do chão.
Com seu conhecimento,
casas feitas de folhas
e não de cimento.
Por outro lado,
casas, prédios e ruas alagadas.
Tudo poluído,
políticos esquecidos.
Onde você preferia viver,
se pudesse escolher?
Sem título, Beatriz Rózsa.
Vivemos na mata
na base da pesca e da caça
nos consideramos fortes
mas o que é a nossa aldeia
em comparação às grandes cidades?
O silêncio é raro e existe muita gente.
Nós vivemos assim, nem sempre contentes.
A poluição dos carros me deixam doente
e eu não aguento mais ver mortes em acidentes.
Índios e nós, de Lívia Tadei.
A vida na floresta tem suas vantagens:
não ter horário para fazer seus próprios utensílios,
caçar o que quer comer, preparar o alimento do seu próprio jeito,
e tomar banho de rio e não se preocupar
com as coisas em sua volta.
A vida na cidade tem suas vantagens:
ir ao hospital quando estiver doente,
poder comprar o que quer e o que necessita,
poder jogar vídeogame com amigos
sem que estejam em sua casa,
tem luz elétrica, água encanada e esgoto.
Suas qualidades, de Roberto Linner.
Recebemos a carta
e pudemos observar
que para se alimentar
os índios têm que caçar
Aqui em São Paulo é um pouco diferente
se a gente não trabalhar
alimento faltará
e ficaremos descontentes.
Sem título, de Márcio Ribeiro.
Na floresta eles vivem
em sua vida, a calmaria,
porém a luta antiga permanece
pois pelo bem das metrópoles
seu lar morreria.
Na metrópole, dinheiro é privilégio
e quem não o tem, é mal visto pelo que tem
em relação ao conhecimento, não é diferente
Com ele vem benefícios e na falta dele
o problema é mais além.
Tribos indígenas, de Nicholas Gama.
Na tribo Yanomami
comida é o que não falta
apenas quando conseguimos
comemos a nossa caça.
Já aqui, não.
Temos comida escassa, um teto e chão.
Escola, moradia, tudo que precisamos
e ainda reclamamos.
Sem título, de Maria Eduarda.
Na cidade, eu, tu e nós consumimos.
Na floresta, eles têm o que precisam e nada mais.
Não poluem nem cometem crimes.
Estão mais avançados do que nós.
Na cidade, eles matam, rouba e destroem.
Na diferença, os Yanomami ganham de 10 x 0.
Mesmo sabendo que faz mal, os homens brancos
continuam o ciclo do consumismo.
Sem título, de Gustavo Hatano.
No Brasil, lá no Norte
Vive um povo com sorte
são os Yanomami com suas habilidades
de colheita, pesca e caça,
que dividem em igualdade.
Em São Paulo, a vida urbana,
apesar da violência, é muito bacana.
É muito poluída, é muito prédio
e casa construída.
Índigena e urbana, de Leonardo Belinello.
Os Yanomami são uma lição de vida
e nós pensamos que eles são gente falida.
Os Yanomami comem quando tem
e nós não podemos ficar só um pouco sem.
Sem título, de um aluno sem nome.
Dormir em redes e sair para caçar
onde já se viu na cidade grande?
Mas é o seu único jeito de administrar
antes que sua tribo desande.
São Paulo é diferente.
A tecnologia é o que predomina
enquanto nós, com o futuro,
somos imprudentes.
A mídia (nem tudo) patrocina.
A vida indígena e na cidade grande, de Juliana Mayumi.
No meio da natureza
a vida Yanomami tem sua riqueza.
Com flora, fauna e caça
sobrevivem com muita grandeza.
A vida paulistana
como uma cidade muito (mais que) urbana
onde para sobreviver
é preciso muita grana.
A vida Yanomami e a vida urbana, de Fabiano Aires.
Na cidade há povos
Na mata há índios
Na cidade há carros
Na mata há barquinhos
Na cidade há casonas
Na mata há casinhas
Mas o que importa?
Somos iguaizinhos.
As duas vidas, de Diego Shinobe.
Yanomami e paulistas
nossa comida é diferente
música e artesanato
e o jeito que cuidamos da gente
Nós, paulistas, temos de tudo
desde o que precisamos
até o que nos livramos.
Temos que dar mais valor.
Percebemos quando nos comparamos.
Sem título, Marcela.
Um deles, intelectualizado
Do outro, os caçadores e agricultores.
Todos companheiros.
Na cidade, a poluição.
Na mata, a união.
Todos da mesma nação.
Dois lados, de Fabiana Ferrari.
Simplesmente diferentes
de um lado aqueles que se importam com o luxo
do outro os que lutam para serem valentes.
Dormindo em redes ou se unindo para celebrar,
Yanomami nunca deixarão de se respeitar,
como aprendem desde cedo.
Enquanto alguns
vão à procura de emprego na cidade grande
outros preferem preservar valores como a liberdade.
Yanomami versus Paulistanos, de Giulia Ferrari.
A vida é dura
somente para nós
que vivemos numa sociedade
em busca de igualdade.
Ó, sociedade,
cheia de preconceitos e desigualdades,
procurando sempre a urbanização
e a civilização adequada.
Enquanto reclamamos e brigamos,
todos os dias para o sucesso,
os indígenas estão tranquilos sem poluição,
sem conturbação e sem preocupação,
vivendo em sua pequena sociedade,
sem preconceito e desigualdade.
A dureza, de Guilherme Malagodi.
Yanomami é uma tribo indígena
sua cultura é diversa
e seu modo de sobrevivência
é através da caça, pesca e agricultura.
Aprendizado diário.
Já nas cidades, vemos desrespeito,
ruas onde vemos desigualdade.
Assaltos são frequentes
e a caça já vem pronta.
Dois tipos de vida são compartilhadas por cartas,
mas ambas têm muitas diferenças.
Cada uma com um "tipo de vida diferente"
e ambos os lados preferem a vida que hão de ter.
Vidas diferentes, de Guilherme Guidi.
Vivendo em contato direto com a natureza
no meio de rios, matas e animais,
a caça e a pesca são frutos de sua rotina,
repleta de traços culturais.
Sobrevivendo na 'selva de pedra'
no meio de altos edifícios, poluição, caos no trânsito e assaltos
fica difícil realizar todas as tarefas do dia-a-dia
em nossa agitada São Paulo.
Entre culturas, de Ian Shiba.
Vivemos na cidade
sem respeito, sem igualdade
temos poeira e sujeira,
mas muita variedade
de casas e (pequenas) sociedades
Compramos sem parar
mesmo sabendo que um dia tudo vai acabar.
Eles são todos do mesmo tipo,
todos da mesma sociedade.
Com a mesma religião
e com um certo padrão.
Caçam para comer e plantam para viver
E mesmo assim vivem felizes.
São Paulo e Amazonas, de Bruna.
Vivemos na poluição
Temos super lotação de população
Jogamos lixo no chão
Sem respeito aos nosso 'irmão'.
Eles são unidos
e são mais que amigos.
Caçam e colhem
e vivem sem preocupação.
Índios e paulistanos, de Júlia Percevallis.