Eu tive a sorte de presenciar a abertura desta exposição no Padrão dos Descrobimentos - integrando a programação da Lisboa: Capital Ibero-americanaca da Cultura (muito mais profunda do que a anterior Racismo e Cidadania) e me deparar com uma paulistana negra de imensa criatividade e criticidade, sabedoria e sutileza: Rosana Paulino. Apaixonada pela Ciência, impulsionada pela Arte e sustentada por laços familiares e étnicos, ela apresenta um trabalho APARENTEMENTE simples [depois de passear pela identidade familiar, pelas ideias de assentamento e pelo trabalho da mulher negra - das amas de leite e mucamas às babás e domésticas]: costuras e suturas, impressão em tecido de imagens "clássicas", memórias seculares, montagens unificadoras, afirmações densas e questionamentos tensos. É daquelas exposições que lhe bagunçam e fazem pensar: o eurocentrismo, a desumanização, a ganância e ignorância humana, a reprodução do passado, o equilíbrio desequilibrado, os usos e abusos, as apropriações e os extermínios. Vale a pena demais conferir!
História Natural? Classificar é saber? O Progresso das Nações?
A Permanência das Estruturas? O Amor pela Ciências?
A Salvação das Almas? As Riquezas da Terra?
[Tornou-se inevitável não levar alguns integrantes do Projeto Recanto para apreciarem a exposição a fim de inspirar as suas produções plásticas finais!]
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