Nas três primeiras semanas com turmas de 3º e 4º Anos, dediquei a primeira a uma apresentação via autorretrato, a segunda às apresentações de suas casas-famílias e todas a um exercício de voz, ritmo e poesia. O resultado você pode conferir aqui. Re-conhecides, seguiremos. Tudo no coletivo! 💥
Ponto de partida inspirador: Pé, trilha do espetáculo Gira, do Grupo Corpo, feita pelo Metá Metá. Laroyê! 🌹
Retorno, depois de 20 anos, ao ponto inicial desta estrada docente: arte-educador para estudantes primários. Duas turminhas do Primeiro Ciclo da escola do bairro [Madre Deus] e o desafio de trabalhar expressão artística nas últimas horas do dia - por tempo indeterminado. Enquanto desenho projetos de futuro, vou de encontros revolucionários com essa criançada.
A #turma7 surge como convite-desafio de apresentar uma proposta de/para Educação Antirracista dentro da Academia e aconteceu no âmbito do projeto CONCILIA.UÉ: promover e desenvolver a conciliação da vida profissional, pessoal e familiar na Universidade de Évora com estudantes, investigadores, docente e funcionárias entre 26 e 28 de junho.
Um encontro de 12 horas. Três dias de construções e reflexões sobre o racismo dentro e fora da Academia e de Portugal – ontem e hoje. Um caminho do macro ao micro; do eu ao nós. Dinámicas e objetivos novos; mesmo discurso, formato e roteiro. Arte-educação porque a teoria não basta. Antirracismo como continuidade. Foi/é possível – sem adequação. Agradecemos a ponte de Liz Teles, a confiança da Rosalina Costa, da acolhida de Efraim Teles e todas as presenças e participações.
“O formato desconstruído” é muito motivante… estava com receio que fosse mais uma formação de despejar e encher matéria. Mas não, foi um espaço de reflexão… foi muito positivo, foi um remeber your self, o que incentiva e apoia os outros a fazer”
“Foi uma experiência (des)construtiva, enriquecedora e libertadora… aprecio, em particular, como consegue extrair de nós aquilo que nós pensamos que não conseguimos fazer! Levo mais na minha bagagem…”
“Esperava as apresentações teóricas, as referências históricas e bibliográficas. O que não esperava, mesmo, é esta abordagem tão ´aberta e informal. Esta metodologia de trabalho, tão abrangente... de temas tão poucos debatidos ultimamente... consegui entrar no ´espírito da coisa. Fiquei surpreendida por ser desenvolvida uma atividade deste tipo e com esta metodologia dentro da Universidade de Évora. Garanto que é uma grande inovação! Haverá, de certo, um ´antes e depois` desta experiência!“
“Desde a disposição no espaço à criação de um ´espaço` seguro para partilhar ideias… o fato de podermos produzir algo: desde o desenho ao poema; o que levou, sem dúvida, a um maior envolvimento”. Adorei, recomendo e espero que possamos todes dar continuidade ao que aqui se começa a construir.”
“A formação superou as minahs expectativas. O tema foi abordado de forma ´simples e motivadora. O formador conseguiu criar empatia com os formandos... em situações mais ´tímidas`, ele conseguia que a ação fosse resolvida… Devia haver continuidade da mesma.”
“A primeira impressão foi estranha porque estou habituada a formação mais formal. Mas no final do primeiro dia sai da sala muito satisfeita pela forma descontraída como decorreu a formação e pelo material que podemos ter acesso na sala… A minha opinião no final da formação é completamente diferente e saio daqui hoje sentido-me uma pessoa mais informada, mais enriquecida, e de mente mais aberta… Espero que possa haver uma continuação de atividades entre o EducAR e a Universidade de Évora.”
“A formação superou as minhas expectativas… levou-me a refletir sobre as nossas atitudes.”
“Gostei muito desta formação pela forma da transmissão de conhecimento do formador. Essa forma de transmissão baseou-se na exposição, questionamento, reflexão e ação… menos formatada, mais flexível, livre e fluida permite não a interiorização de conhecimentos, mas a incorporação reflexiva e crítica conduzindo a formas diferentes de pensar e agir na sociedade…. Precisamos de mais!”
O fim dessa caminhada só revela mais desejo de continuidade. Três turmas e três ações é demais para um país tão pequenino. Encontros colaborativos e vontade de (transform)ação. Agradecemos as presenças e participações. Ato coletivo/público e produção de conhecimento/material. Educação Antirracista é todo dia, toda hora. Continuidades. Que semestre!
AÇÃO 21 | White Quizz | #turma4
Esta ação coletiva foi direcionada à branquitude portuguesa com o objetivo de identificar particularidades do racismo em Portugal. Lançamos questões à branquitude: Como/quando descobriste o racismo em Portugal? Como/quando te descobriste racista? Conheces muitas pessoas racistas? Como te sentes? O que fazes? Como convives?
Estes vídeos reúnem dados recolhidos durante os dois momentos que compreendem esta ação: entrevistas (consentidas) nas ruas da cidade do Porto em março e um questionário online aberto a preenchimento entre os dias 21 de março e 25 de abril de 2023. Porto, março de 2023.
Entre a ingenuidade e o pacto, o que fazer/pensar? Ação 21 é uma forma de lembrar o Massacre de Sharperville (Joanesburgo, África do Sul | 21 de março de 1960) quando dezenas de pessoas foram mortas e outras dezenas ficaram feridas por combaterem uma política racista. Desde 1969, esse dia tornou-se o Dia Internacional Contra da Discriminação Racial (ONU). E nos outros dias do ano?
DES.COBRINDO o Festival dos “Descobrimentos” | #turma5
A ação da #turma5 teve como centro o Festival dos “Descobrimentos”: explorar o festejo e dialogar sobre o não-dito e não-explícito. Neste vídeo, apresentamos fragmentos do evento público, imagens e relatos do ato coletivo e questões ligadas ao passado, à narrativa e ao museu. “Quando estamos?”. Lagos, maio de 2023.
Em breve, adicionaremos considerações sobre o processo e um roteiro de leitura. Reportaremos essa ação à câmara municipal e ao museu em busca de sintonia com as Recomendações do CNE(2020) e doPlano Nacional de Combate ao Racismo e à Discriminação(2021).
AFETOCIDADERACISMO | #turma6
Com apenas duas semanas para pensar e agir, a #turma6 filtrou o que foi mais intenso e, com o toque da Greta, transformamos a intensidade em arte: afetocidaderacismo. Como o racismo atravessa os seus/nossos afetos? Como lutar por quem desconhecemos? “Amar” é demais em português ibérico? Quem tem medo de amar diferentes? Como ser antirracista amando apenas a Branquitude?
A guerra colonial continua(rá) no pós-colonial? Até quando o passado vai nos assombrar? Concluir(emos) a Revolução de Abril? E a libertação, para quando? De que lado estamos e o que queremos? “Bairro Social” carrega vários significados. Pode ser usado para desqualificar/discriminar um bairro pela sua composição e pode ser usado por ele para seu fortalecimento, por exemplo. Reflete um projeto de habitação/segregação português. Mas, afinal, é uma redundância porque TODO BAIRRO É SOCIAL.
Pronto. Acabaram os encontros presenciais e a ações estão na reta final de análise-avaliação-produção. Foram seis encontros (fev/mar/mai) com três turmas: duas no Porto - e arredores - e uma em Lisboa. Cada encontro, seis horas de atividades, partilhas e construções. Bagagens em roda, diálogo em rede e uma encruzilhada de compromisso, frustração, interesse, possibilidade e ritmo.
Agora as três turmas terão duas semanas para analisar suas ações e apresentá-las no encontro final (3/6) e híbrido: #turma4 e a Ação 21 | #whitequizz; #turma5 e o Festival dos Descobrimentos de Lagos; e #turma6 e a relação afeto-racismo. Fica de olho e fortalece!