Mais uma presença em evento acadêmico na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Agora para conferir a agenda de comemorações organizada para o centenário da Revolução Russa de 1917 e breves comentários de intelectuais acerca do fato histórico. O primeiro a abordar o assunto foi o historiador Fernando Rosas (IHC) [do Bloco de Esquerda] que destacou a revolução como sendo, não um surto de vândalos, mas sim fruto de processos transformadores cultivados há muito tempo e com inúmeros fundamentos e a semente difusora de revoltas populares e, até mesmo, de governos fascistas; assim como destacou a experiência concreta baseada na terra pela paz. Nada de Fátima; nada de Salazar. A antropóloga Paula Godinho (IHC) sugere que a revolução seja considerada também como uma forma de frear o capitalismo bélico do começo do século passado e a ruptura como fonte de novas inteligibilidades. Frisa a demonização e a patologização dos atos e das posturas revolucionárias e teme uma patrimonialização do passado - sem memória. Lembra que vivemos em tempos de muita identidade e pouca comunidade e alerta para a festalização da revolução. Por fim, provoca: será preciso livros de auto-ajuda para (re)pensar a revolução? Teresa Cravo (CES), especialista em Relações Internacionais, por sua vez, fala sobre a internacionalização da revolução como arma para combater o estabelecimento das tão recentes fronteiras e estimula uma reflexão sobre esperança, movimento, horizonte e direção. Para finalizar, o historiador José Pacheco Pereira (IHC) [que comunga com o PSD] estaciona as questões ao discorrer sobre a dificuldade de legitimar uma versão oficial sobre a revolução - como se fosse fácil legimitar qualquer versão sobre qualquer fato histórico.
IHC - Instituto de História Contemporânea (FCSH-UNL)
CES - Centro de Estudos Sociais (Universidade de Coimbra)
PSD - Partido Social Democrata
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